Em entrevista ao iG, cantora diz querer planejar próximo filho e revela alguns de seus segredos: "Sou claustrofóbica, viro outra pessoa no trânsito, amo estudar história sozinha"
Marília Neves , iG Gente
"Já entendi que não dá para ser perfeito". Com essa frase, Wanessa mostra que não tem medo de errar quando o assunto é maternidade. Mãe de José Marcus , de um ano e 8 meses, a cantora se diz severa, mas de maneira amorosa. E não poupa castigo nem "nãos" para o filho.
Apesar da vontade de aumentar a família, Wanessa mostra que a demora para ter mais um herdeiro com o marido, o empresário Marcus Buaiz, é apenas por conta da gestação. Como a gravidez de José Marcus não foi planejada, ela lembra dos oito meses que trabalhou nos palcos e viajou pelas estradas, já que os shows estavam todos agendados antes de descobrir que seria mãe. "Para te falar a verdade, estou com muita preguiça de ficar grávida. Se viesse pronto, já estava com outro filho. A gravidez, para o trabalho que eu faço, tem que planejar muito bem", afirmou a cantora, que chega a ficar metade do mês longe do filho, por conta da agenda de shows.
Por esse e outros motivos, Wanessa se impôs uma meta na vida: "Quero ter o luxo de poder ter umas férias no ano, parar de trabalhar uns vinte dias". A quem fica em dúvida se a cantora não pode realizar esse sonho atualmente, a filha de Zezé Di Camargo comenta que há muita ilusão sobre sua situação financeira por conta da história de sua família. "O luxo de ser rica é poder parar vinte dias, mas eu tenho conta para pagar".
Em conversa com o iG, Wanessa mostrou não só seu lado mãe e os planos para o futuro, mas também sua vida longe dos palcos. E ainda contou alguns de seus segredos: a cantora é claustrofóbica, dá aulas para ela mesma de história, se irrita facilmente com o trânsito e tem medo de avião e elevador.
Confira o bate-papo:
iG: Todo mundo conhece a Wanessa artista, mas quem é Wanessa Godói Camargo Buaiz?
Wanessa: A mesma pessoa. Não faço diferença nenhuma de como sou, de como levo a vida. Todos os valores que aprendi na vida levo para minha carreira, e tudo que aprendo com a minha profissão, levo para a vida pessoal. É a mesma pessoa. Que todo dia se cobra muito para ser melhor.
iG: Longe dos palcos, como é sua rotina?
Wanessa : Não tenho rotina nenhuma na minha vida. A única é com meu filho. A rotina dele faz com que eu tenha minha rotina com ele. A cada dia, meu trabalho exige uma forma diferente de fazer as coisas. Se faço estúdio, é à noite que trabalho; se faço show, é de madrugada. Não tem muita rotina disso. Então, a minha rotina hoje se baseia em José Marcus.
iG: Seu trabalho é em horário e local em que as pessoas estão em clima de diversão e festa. O que você faz quando quer ter seus momentos de lazer?
Wanessa: Tenho paixão por assistir a filmes, então eu e meu marido temos nossas sessões de cinema, que são uma delícia. Também tem aquela coisa de estar com a família, falando um da vida para o outro, aquela coisa meio "Avenida Brasil", que adoro. A dança, mesmo sendo trabalho, é uma forma de desligar de tudo um pouco. E massagem de vez em quando, quando dá tempo, me permito. E ler um livro, jogar paciência. Gosto de ficar sozinha lendo, escrevendo. São momentos de solidão ativa.
iG: Você é muito caseira, então. Sempre foi assim?
Wanessa: Tive uma fase de adolescente em que eu adorava sair. Acho que depois de tanto trabalho, show, é difícil estar em um lugar cheio de gente. Como meu trabalho já é estar sempre rodeada de gente, preciso dessa solidão para poder equilibrar um pouco as coisas. É quando tenho meus momentos de respirar e não ser social, ficar mais quietinha, pensando, sozinha.
iG: Como é Wanessa como mãe?
Wanessa: É difícil você se avaliar, né? Tento fazer o melhor pelo meu filho, ser a mãe que dá amor, protege. Não quero que meu filho seja mimado. Quero que ele tenha uma consciência bacana, que tenha limites. Sou a mãe que põe de castigo se precisar, sim. Ele tem um ano e oito meses, mas já precisa. Já manipula, já tem uma inteligência que a gente não imagina (risos). Já leva bronca, recebe o não. Mas sou uma mãe amorosa. Minha bronca é amorosa, minha forma de explicar é amorosa. Nunca saí do sério com José Marcus ainda. Tento achar um equilíbrio. E vou errar muitas vezes. Vou acertar. Já entendi que não dá para ser perfeito.
iG: Não pensa em aumentar a família?
Wanessa: Penso, mas não quero agora. E, para te falar a verdade, estou com muita preguiça de ficar grávida. Muita. Se viesse pronto, já estava com outro filho. A gravidez, para o trabalho que eu faço, tem que planejar muito bem. Quando fiquei grávida, foi surpresa. Tinha o trabalho de um CD novo e uma agenda já marcada até outubro. Lembro que a viagem, às duas da manhã, pesou. Eu queria dormir. Barrigão de sete meses e vamos lá para o show. A próxima vez, quero ver se consigo parar um pouquinho antes, planejar.
iG: Falando em família, há algum tempo, saíram algumas notícias de que você teria batido boca com a então namorada do seu pai Zezé Di Camargo, na porta de uma balada...
Wanessa: Não falo nada sobre esse assunto.
iG: Mas não é nem em relação ao seu pai a questão, é sobre até que ponto você vai para defender sua família.
Wanessa: Sou uma leoa. Minha família é minha família. São as pessoas que mais amo na vida. É muito difícil eu brigar, sempre tento me colocar no lugar das pessoas, sempre tento conciliar. Mas quando vejo que existe uma injustiça muito grande sendo feita com uma pessoa que eu amo, fico mais leoa do que se fosse comigo. Porque tenho o poder de deixar ou não as coisas me atingirem. Ninguém é capaz de deixar você chateado, irritado, se você não deixar. Mas quando vejo alguém fazer com a minha família, já muda de figura. Talvez a pessoa que eu amo não esteja preparada para se defender daquilo. Filho, então, é uma coisa de louco. Só de alguém olhar errado... Nunca imaginei que fosse assim.
iG: Você mudou muito ao se tornar mãe?
Wanessa: A maior transformação da minha vida é ser mãe. É quando realmente a vida te dá um chacoalhão e você inverte tudo o que você acredita. Você não é mais o foco principal da sua vida. Você, que até antes tinha o foco em você mesma, pensa: 'dane-se que eu não dormi nada. Preciso estar aqui'. Ser mãe não é só um título. É um sentimento, uma forma de agir.
iG: No ano passado, após a gestação, você comentou que queria voltar aos 49 quilos...
Wanessa: Nunca mais voltei. Já desisti. Fiquei com 50kg. Não chego no 49kg, menina. Não sai esse quilo. Já percebi que ficou para trás, na memória. É que tem que pegar muito pesado e não estou num momento de fazer regime, porque minha vida já é uma loucura. Minha imunidade para fazer show tem que estar boa.
iG: Consegue ter uma rotina de exercícios ou de alimentação?
Wanessa: O que me atento mais -- não viajando, que é muito difícil fazer --, é comer muito bem. Como só peixe, carne só em churrasco. Comida orgânica. Arroz e massa, só integral, óleo de coco no cozimento dos alimentos. Sempre muita salada, muita verdura, muitos legumes. A besteira entra de vez em quando, porque ninguém é de ferro.
iG: Falando em alimentação, como você é na cozinha?
Wanessa: Não existe. Quem, eu? Aonde? Não cheguei lá. Estou na sala (risos). O que eu faço na cozinha é escolher os alimentos, cardápio. Porque acho que a comida tem que ter uma variedade. Eu que mostrei pra minha cozinheira o que era açúcar demerara, que é aquele açúcar mais puro. Mostrei comida orgânica, que ela nem sabia que existia. Com a comida do José Marcus sou mais presente. Fiz o cardápio baseado numa dica da nutricionista. Minha parte é essa. E os gastos da compra. Mas cozinhar, não tenho nenhum conhecimento.
iG: Não arrisca nada, nem um ovo, um macarrão instantâneo?
Wanessa: Fazer uma coisa assim, eu faço. Mas nada que não seja pré-pronto, que você joga na panela e só esquenta. Mas se tiver que fazer alguma coisa a mais, colocar em banho-maria, já não existe.
iG: Você se sente na obrigação de estar sempre bem fisicamente, sempre arrumada, por estar na mídia?
Wanessa: Olha minha vaidade, que linda (Wanessa mostra as unhas, que descascou na noite anterior, e que ainda aparece o restinho de esmalte). Essa é minha vaidade (risos). Ontem minha irmã gritava: "esconde essa unha". Mas eu adoro maquiagem, tenho paixão. Eu e a Carol (maquiadora da cantora) sempre brincamos de achar uma sombra nova, sou fascinada. Mas eu detesto passar tempo fazendo unha, fazendo cabelo, detesto ficar parada em um lugar muito tempo. De vez em quando, consigo fazer um banho de creme, mas mais por necessidade, do que por gostar.
iG: Quais são suas metas hoje, tanto pessoal quanto profissional?
Wanessa: Profissional é continuar a fazer um trabalho que eu acredito muito, fazer muito show, me sustentar com meu trabalho sempre. Ter o luxo de poder ter umas férias no ano, parar de trabalhar uns vinte dias (risos). As pessoas têm muita ilusão por causa da minha família, da minha história.
iG: Você não consegue tirar férias?
Wanessa: O luxo de ser rica é poder parar vinte dias, mas eu tenho conta para pagar. As pessoas não percebem que, aqui no Brasil, os artistas investem na carreira. A turnê que eu fiz, por exemplo, foi o maior investimento. Para você ter retorno, tem que trabalhar muito. Você acha que quero ficar quinze dias longe do meu filho no mês? Ninguém quer. Mas preciso trabalhar. Além disso, quero poder continuar fazendo o trabalho que eu acredito, que tenha relevância para as pessoas, que eu consiga melhorar, conquistar muito amigo para levar para a vida. E quem sabe uma carreira internacional. Por que não? América Latina me interessa demais, e Europa. Inclusive Ibiza, essas noites. Acho que pode funcionar bem meu trabalho. E pessoalmente é ter minha família ao meu redor bem e com saúde. Ser mãe de um segundo filho é uma vontade muito grande, e ter minha família por perto. Quando um da família não está bem, já rola um espinho. Eu acredito que um dia venha a calmaria das coisas.
iG: Um segredo de Wanessa? Pode ser uma mania, um medo, um vício...
Wanessa: Sou muito calma, muito relax. Mas se você quiser ver uma pessoa totalmente diferente, me põe no trânsito. Viro a pessoa mais impaciente do mundo. Fico muito irritada. Acho que todo mundo é lerdo, todo mundo tem que sair da frente. Viro outra pessoa. Ficar parada me dá um faniquito, tenho claustrofobia, e vai me dando desespero. Sou claustrofóbica. Acho que tudo se resume por isso, por ser claustrofóbica.
iG: Você tinha comentado que tem medo de elevador e avião por conta disso...
Wanessa: Já tive várias histórias engraçadíssimas de pânico que tenho no avião. Esqueço que as pessoas sabem que eu sou e pago mico. De gritar: "eu confio no senhor, eu confio no senhor". Grito no avião com essa idade para todo mundo ouvir (risos). Na última semana, peguei um voo e foram quarenta minutos de terror. Quando deu um relâmpago que iluminou o avião tirei meu cinto e saltei no pé do comissário de bordo: "moço, eu vou morrer, vou morrer, fala com o piloto". Juro por Deus. Ele olhou e perguntou se eu era a Wanessa, eu gritei que sim (risos). Depois que pousa, você volta a 'chiqueteza', né? Ah, outro segredo: estudo história sozinha. O mais legal é que eu estudo fingindo que sou professora de uma classe. Escrevo e começo a ler: "vou explicar para vocês". Só que estou sozinha (risos).
Fotos: André Giorgi/iG
Fonte: IG Gente
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